Tuti e a Capa Mágica 1| Personagens: Túlio
out 25
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"Se a Tuti é você criança, o Túlio é você adulta!", foi o que eu ouvi de um mentor.
E de repente tudo fez sentido!
Quando comecei a escrever o primeiro livro, o personagem do Túlio surgiu quase que instantaneamente em resposta à Tuti. Tudo o que ela sugeria, o Túlio respondia imediatamente na minha cabeça. Com senso de humor, sarcasmo, ironia, um tiquinho de medo e bastante preguiça! Essa é a formula mágica para a escrita dele.
— Já chega, pra mim deu! — disse Túlio muito bravo. — Não fico nesse lugar nem mais um segundo.
O coelho saiu pulando cheio de atitude como se de fato soubesse o caminho de volta para a casa. Mas bastaram dez pulinhos para que ele voltasse:
— Tá legal, pra que lado fica a saída?
— Não faço a menor ideia — disse Tuti. — Vamos perguntar pra alguém.
— Claro, vamos perguntar para uma dessas ZERO PESSOAS QUE NÓS ENCONTRAMOS ATÉ AGORA! — esbravejou o coelho.
Foi o personagem mais vivo e mais fácil de escrever ao longo de todo esse processo, eu simplesmente ouvia ele reclamar o tempo todo e botava na página. Mas foi só depois desse comentário, com o livro já escrito, que eu finalmente entendi porque ele era tão fácil de ser escrito: porque tem muito de mim!
Era através do Tulio que eu deixava desaguar todas as minhas inseguranças e temores. É a voz da racionalidade que chama de volta para a realidade, mas que ainda assim não é forte o suficiente para não se deixar seduzir pela fantasia, aventura e o lado lúdico da vida.
O Túlio embarca na aventura da Tuti, porque no fundo - mesmo sem querer admitir para ninguém - ele também quer se aventurar e acima de tudo, quer vê-la feliz.
Essa relação inclusive, muito clara pra mim desde o começo da escrita, foi o que norteou a criação dele. A Tuti é a coisa mais importante que ele tem e ele fará tudo por ela (Até se meter em uma ilha maluca com monstros assustadores!)
Essa relação de amor entre eles é sempre o cerne da criação da aventura, porque é a partir dela que eu desenvolvo o conflito. O primeiro livro por exemplo, surgiu da pergunta: qual a pior coisa que poderia acontecer com eles?
A resposta foi: ficarem separados.
E a partir daí, bom, deu no que deu.